Startup brasileira cria rede de blockchain para logística no e-commerce
Intelipost conta com colaboração de grandes varejistas para criação de um novo formato para operações de logística no comércio eletrônico
A Intelipost, startup brasileira que desenvolve soluções para gestão da cadeia logística no e-commerce, está trabalhando em um projeto baseado em blockchain para otimizar seu modelo de atuação e criar um novo conceito para o mercado de logística em torno do comércio eletrônico.A companhia, que conta com mais de 300 clientes no País, ajuda varejistas (entre eles, grandes nomes como Magazine Luiza, Via Varejo e Lojas Cem) a selecionar a melhor transportadora para entrega e, feito esse processo, assume o rastreamento das entregas. “Somos nós com o logo do varejista que manda e-mails de atualização sobre a entrega.”, explicou Stefan Rehm (foto), CEO e cofundador da Intelipost.
Há cerca de um ano, a empresa foi selecionada para o programa de aceleração da Oracle, quando a empresa, avaliando as tecnologias disponíveis da fabricante norte-americana, identificou o blockchain como potencial para otimizar os processos. “Quando percebemos que o blockchain poderá destruir nosso modelo de negócios, tínhamos duas possibilidades: descartar o blockchain (e apostar na plataforma da própria companhia) ou virar o líder dessa tecnologia”, apontou Rehm, que escolheu a segunda opção.
Ele destaca que o principal poder do blockchain, para trazer impactos positivos a este mercado, é a capacidade de inserir dados, integrar empresas e consumir todos os dados de forma segura e confiável. “Se a transportadora disser que entregou, está entregue e registrado. Depois o cliente não pode contestar e apontar fraude. É importante ter essa segurança de dados.”
Na prática
Em julho deste ano, a Intelipost, em parceria com a Oracle, organizou um evento que contou com participação de dez empresas do setor – entre varejistas, armazéns e transportadoras – para testar o formato do blockchain. “Desenvolvemos a primeira versão de blockchain da logística do brasil. Isso foi muito impactante”, contou.
A iniciativa contou com a participação de Renner, Centauro, Penske, Correios, Pitney Bowes, Carriers, Total Express, Aon, At&m, além da Intelispost.
Rehm diz que foi um grande passo dado, mas, seguindo o conceito – e o propósito – do blockchain, é preciso ter muito mais participantes – sobretudo considerando que o Brasil tem cerca de 70 mil varejistas e 70 mil transportadoras, com grandes desafios logísticos.
O próximo passo, segundo o empreendedor, é realizar um novo evento com a participação de 50 empresas. O novo encontro também pretende definir quem será o líder do consórcio, a nomenclatura e o formato da governança. O certo é que a base utilizada é o Hyperledger, com tecnologia de BaaS (Blockchain as a service) da Oracle, em um formato de blockchain privado – em que apenas players autorizados pelo líder podem entrar.
A Intelipost, claro, tem interesse em ser o líder para gerir a plataforma. Mas é preciso ainda contar com a aprovação de todos os players.
*O jornalista viajou a San Francisco (EUA) a convite da Oracle
Fonte: COMPUTERWORLD.