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Médias do setor de TI correm risco de encolhimento e estudam alternativas

Ainda é alto o percentual de empresas que investem pouco em pesquisa e desenvolvimento, de acordo com Assespro, que sugere uma mudança no perfil das licitações para melhorar o cenário

Correndo o risco de ficar para trás na competição com startups e gigantes da tecnologia, as empresas intermediárias do setor defendem uma abordagem diferente do governo para o segmento – seja através de incentivos ou de uma mudança no perfil das compras públicas.

A análise é do vice-presidente da Federação Iberoamericana de Entidades de Tecnologia da Informação (Aleti) e diretor-adjunto da Federação das Associações de Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro Nacional), Roberto Mayer.

Coordenador da quinta edição de censo sobre o mercado de TI na região, Mayer (que também é executivo do setor) pinta cenário no qual “a participação de grandes empresas cresce como fruto da consolidação de mercado”, ao mesmo tempo que “startups recebem muita visibilidade e uma série de apoios para se desenvolver”.

Enquanto isso, “as empresas intermediárias do setor correm risco de encolher”. Nessa categoria estaria boa parte do mercado que realiza serviços com menor valor agregado, como suporte técnico, help desk e até mesmo desenvolvimento de software, além de revendedoras.

De acordo com o dirigente, muitas destas prestadoras de serviços “têm órgãos de governo como principal cliente”. Apesar de importante do ponto de vista financeiro, tal dependência tornaria “muitas empresas médias menos produtivas”, na avaliação de Mayer. “Precisamos de uma política de compras públicas diferente da atual”.

Como exemplo, a Assespro cita a experiência norte-americana, onde órgãos como o Exército “teriam desafios em forma de licitação para o desenvolvimento de produtos que nem existem ainda”. Enquanto isso, no Brasil a administração pública estaria contratando “ou pacotes prontos ou serviços como suporte”.

Outra alternativa citada pelo dirigente – neste caso, mais complexa – é o financiamento de venture capital para empresas através de instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

De acordo com Mayer, tal estratégia foi empreendida com sucesso ao longo da última década dentro do segmento de software de gestão empresarial, onde o apoio do banco público foi preponderante para o crescimento de empresas como a Totvs e Linx, que hoje estão listadas na B3.

Competitividade

O próprio dirigente, contudo, afirma que qualquer tipo de benefício deveria ser “focado em empresas que possam colaborar com o País”.

“Há uma parte que tem agenda de competitividade. Outra, não”, assinalou. Alguns dados do censo da Assespro/Aleti corroboram a visão: ainda que cerca de 35% das empresas brasileiras de TI informem investimento de 4% da receita ou mais em pesquisa e desenvolvimento (P&D), outros 32% aportam menos de 1% ou nenhum valor.

“Com o aumento da consciência, isso vem mudando aos poucos”, argumentou o vice-presidente da Aleti. “Há um grande grupo de empresas que se esforça para isso, arriscando mais”, completou.

Quando analisada a participação de ofertas inovadoras no portfólio das empresas brasileiras que participaram do censo, o cenário é semelhante: para 29,7%, as ofertas mais recentes são responsáveis por menos de 10% do dinheiro que entra em caixa. Por outro lado, 27% delas já têm mais de 50% da receita vinculada a produtos e tecnologias desenvolvidos nos últimos três anos.

O mesmo abismo foi verificado nas exportações: por aqui, o percentual de quem nunca se aventurou no mercado externo atinge os 80%, enquanto o mercado latino-americano tem taxas ainda altas, mas menores (65%).

“O número de empresas brasileiras de TI que não exportam nada é muito alto comparado com outros países da América Latina”, reiterou Roberto Mayer. “Por isso é alto o número de empresas brasileiras compradas por players de vizinhos como o Chile”.

Fonte: DCI.

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