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Governo seleciona as primeiras 10 ‘Fábricas do Futuro’ do país

Esse é o primeiro passo para alinhar os investimentos com os temas da estratégia brasileira para a Indústria 4.0. Em 2019, outras 10 iniciativas serão financiadas

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) acabam de selecionar as 10 iniciativas que serão as vitrines da indústria 4.0. O resultado preliminar do Edital de Chamamento público nº 1/2018 para as chamadas “Fábricas do Futuro” (testbeds, no termo em inglês) já foi publicado no Diário Oficial da União e o prazo para apresentação de recursos termina na próxima segunda-feira, 10/9. No próximo ano, outros 10 projetos de fábricas inovadoras serão financiados pelo governo brasileiro.

Para o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, é fundamental que o Estado cumpra o papel de indutor nesse processo de modernização dos parques fabris brasileiros. “Incentivar as chamadas fábricas do futuro é nosso dever. Os ganhos serão enormes. As tecnologias testadas poderão ser aplicadas em linhas de produção ou em processos produtivos, de maneira geral, com mais assertividade. Isso garante mais eficiência e maior retorno econômico-financeiro para o setor privado”, explica ele. Marcos Jorge diz ainda que o aumento da densidade tecnológica do setor produtivo brasileiro trará como reflexo oportunidades de trabalho mais complexas e, portanto, mais bem-remuneradas.

As empresas ou instituições brasileiras devem criar ambientes reais para testar as soluções inovadoras que serão, posteriormente, aplicadas no processo produtivo. As propostas escolhidas terão um apoio financeiro de até R$ 300 mil por projeto, financiado pela ABDI. Aos empreendedores cabe aportar pelo menos 10% do valor total do projeto, seja como contrapartida econômica ou financeira. Isto é, considerando os investimentos em bens e serviços, como, por exemplo, horas dispendidas por técnicos das empresas beneficiárias, horas técnicas dos membros da governança e disponibilização de espaços (auditórios, salas de reunião), ou em recursos.

O edital estabeleceu as seguintes áreas de interesse para as propostas: desenvolvimento e conhecimento tecnológico; mecanismos de inserção e adoção de tecnologias; habilidades sistêmicas e formação educacional 4.0; teste e validação de modelos de fomento e financiamento para a adoção e geração de tecnologias para a indústria 4.0. São todos temas da estratégia governamental brasileira para a Indústria 4.0.

O secretário de Inovação e Novos Negócios do MDIC, Rafael Moreira, acredita que a iniciativa contribui para que o Brasil tenha uma espécie de “vitrine da indústria 4.0”, um “showroom”. Segundo ele, ao todo serão financiadas 20 “fábricas do futuro”, que demonstrarão como tecnologias 4.0 poderão ser aplicadas em diferentes setores da economia brasileira.

Exemplos de iniciativas

Entre instituições e empresas selecionadas estão Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli USP), Parque Tecnológico de São José dos Campos, Universidade Federal de Uberlândia e Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Embraer, Algar, BRF, DAF Caminhões, Klabin, Tetra Pak, O Boticário, por exemplo.

A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI USP) enviou proposta de implantação da Fábrica do Futuro 4.0, em parceria com o Insper, para o desenvolvimento de soluções práticas, com foco no aumento da competitividade da indústria. A proposta é ter duas plantas, sendo que a central será instalada no prédio InovaUSP, na Cidade Universitária da USP. A planta secundária será um hub adicional, instalado no Insper, que permitirá a simulação de situações de fornecimento típicas entre duas plantas (POLI e Insper).

Apoiam institucionalmente a proposta a ABIMAQ, a ABII (Associação Brasileira de Internet Industrial) e o Sindipeças.   Além   disso, dezoito   empresas   confirmaram   a participação na Fábrica do Futuro 4.0: Totvs, Pollux, Thyssen Krupp, Ambev, Mercedes Benz, Peerdustry (startup), por exemplo.

A proposta visa a implantação de quatro tecnologias principais:

  1. Montagem customizada;
  2. Visão computacional e aprendizado de máquina aplicados no controle de qualidade;
  3. Monitoramento de máquinas e inteligência artificial aplicados na produção;
  4. Manufatura aditiva.

Outro projeto qualificado foi o apresentado pelo Parque Tecnológico de São José dos Campos em que a tecnologia de Internet das Coisas (IoT – Internet of Things) será testada e avaliada em diversas aplicações de indústria 4.0. A instituição propõe o monitoramento do parque de máquinas, cibersegurança, comunicação máquina a máquina como alguns dos temas a serem trabalhados no testbed. Na própria concepção do parque serão envolvidas empresas do complexo aeronáutico, defesa e tecnologia de informação. São mais de 20 empresas envolvidas dentre fornecedoras e usuárias de tecnologias. Dentre esse universo, destaque para a participação de startups das áreas de sensores, visão computacional, inteligência artificial, big data entre outros.

Há também o projeto apresentado pela Universidade Federal de Uberlândia, que contará com empresas parceiras como BRF e Algar Telecom para a construção de um testbed. Na dimensão de startups, há empresas cujas soluções aumentaram a eficiência operacional de processos de geração de vapor e refrigeração em até 7,5%. Sistemas de gestão de manufatura, realidade aumentada e sistemas de visão computacional são algumas das tecnologias utilizadas por startups que irão participar do projeto. O testbed irá gerar business cases para tecnologias como manufatura aditiva, materiais avançados, simulação de ambientes produtivos e inteligência artificial para as empresas usuárias como BRF e Algar Telecom. A proponente é uma unidade Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), possibilitando que as tecnologias testadas no âmbito do projeto possam ser incorporadas em projetos de desenvolvimento tecnológico em parceria com outras empresas e com a própria Embrapii.

Mais um exemplo é o projeto proposto pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em parceria com unidades de empresas como a DAF Caminhões, Klabin e Tetrapak. Esse testbed se inicia a partir da identificação de demandas e necessidades da indústria, sociedade e da própria universidade, com problemáticas que precisam ser solucionadas a partir dos conceitos da Indústria 4.0.  Será desenvolvida uma plataforma educacional digital que irá captar desafios da indústria e da sociedade, com características interdisciplinares e promover o estímulo de novas habilidades para os futuros profissionais.

A capacidade de ser replicada é um requisito da plataforma educacional digital proposta e tem o intuito de romper fronteiras para aproximar os conceitos da Indústria 4.0 da educação universitária.  Dentro da plataforma, cada “testbed educacional digital” realizado terá como resultado não só a solução das demandas levantadas, mas também uma série de projetos inovadores, incluindo novos modelos de negócio, produtos, processos, que estimulem a criação de startups e depósito de patentes que integrem e beneficiem indústria, sociedade e universidade. A segunda ruptura esperada é a superação de barreiras geográficas, viabilizando a replicação do testbed em outras universidades e regiões.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do MDIC.

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