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Como Maringá se prepara para ser um dos principais polos de TI do país

Maringá, no Paraná (Foto: André Ribeiro/Wikimedia Commons)

A cidade paranaense tem planos para se tornar um “Vale do Silício” regional. Empresas da região têm crescido uma média de 20 a 30% ao ano

Em 2018, a cidade de Maringá (PR) foi eleita pela segunda vez a melhor cidade do Brasil para se morar. O ranking, elaborado pela consultoria Macroplan, analisa áreas como educação, saúde e segurança. Mas, nos últimos anos, a cidade também tem se destacado por outro fator: o de ser um polo de tecnologia da informação (TI).

Não à toa. Maringá tem hoje mais de 400 empresas de TI que, juntas, faturam mais de R$ 1 bilhão por ano, segundo dados da prefeitura. E elas, na contramão do mercado, estão contratando: a cidade — que tem mais de 400 mil habitantes — tem 600 vagas abertas para diversos postos em tecnologia.

E não há nenhuma mágica por trás do desenvolvimento do setor. É apenas uma parceria entre empreendedores e poder público, ambos dispostos a transformar a região localizada no no norte do Paraná. Desde 2007, empresas locais de TI têm discutido interesses com os represantes politícos da região e desenvolvido ações para fomentar o mercado. Entre elas está a própria qualificação de mão de obra, estimulada com a aproximação a instituições de ensino.

A parceria com o Conselho de Desenvolvimento Econômico da cidade, com o Sebrae e a criação de duas aceleradoras foram outros pontos decisivos. Em 2018, a cidade também formou um Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (CMCTI).

“Vários fatores foram contribuindo para que se formasse um ecossistema de tecnologia em Maringá. Com isso, atraímos ainda mais empresas”, diz Luis Marcos Campos, presidente da associação de empresas de TI Software By Maringá. Estima-se que hoje haja quatro mil profissionais de TI na cidade. Entre as empresas envolvidas na entidade, segundo ele, a maioria tem crescido uma média de 20 a 30% ao ano.

Na ponta do lápis
Para além do setor, Maringá também planeja um futuro ambicioso para o seu desenvolvimento. Em 2017, a união entre o conselho de desenvolvimento, o setor privado e membros da sociedade civil resultaram no chamado Masterplan 2047. O plano, baseado em um estudo encomendado da consultoria PwC, propõe uma visão de futuro para Maringá de 30 anos. A data marca o aniversário de 100 anos da cidade.

O plano envolve desde a qualidade de vida até a consolidação econômica local – e o fortalecimento do setor de TI tem sido um dos pilares para isso. Em 2012, o setor faturou cerca de R$ 83 milhões, segundo dados da Secretaria Municipal de Inovação e Desenvolvimento Econômico (Seide). O valor saltou para R$ 802,7 milhões em 2017 e está previsto para R$ 1,2 bilhão para 2020.

Além da geração de empregos, a arrecadação de ISS tem sido um ponto forte para a cidade nesse aspecto. Em 2017, o ISS do setor de TI representou 10,77% do total da arrecadação de ISS do município. A previsão é que em 2020 a participação chegue a 13%, o que corresponde a R$ 20 milhões.

Apoio e participação
Os negócios também contam com um incentivo da prefeitura em relação aos tributos. O valor recebe um desconto quando está aplicado a equipamentos ou bens envolvidos em investimentos na empresa.

Desde o ano passado, o foco também tem se concentrado no planejamento de um Parque de Tecnologia da Informação na cidade. Com a doação de um terreno de 120 mil m² por parte da prefeitura, o espaço será destinado à concentração e integração de empresas do setor. O objetivo é criar uma espécie de “Vale do Silício regional”.

Segundo Campos, o desenvolvimento de um ecossistema integrado entre empresas e pessoas é o fator mais importante na propulsão desses projetos. “Conforme disseminamos essa cultura e estimulamos a participação da sociedade, os projetos se tornam um anseio. Com isso, o poder público se sente mais responsável por respondê-lo”, diz.

Fonte: PEGN.

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